A verdade é extremamente manipulável.

23 de jul. de 2010

Emoções, Semântica e Cultura

Definições dos termos:
a) Semântica: (1) é o estudo do significado, isto é a ciência das significações, com os problemas suscitados sobre o significado; (2) é o estudo do desenvolvimento da linguagem através da classificação e da observação das mudanças das formas e dos significados; (3) é o estudo da relação entre sinais e símbolos e o que representam.

Ou ainda, segundo Simon (sem ano), "Cada língua 'recorta' o mundo objetivo a seu modo, o que Humboldt chama 'visão do mundo'. Registre-se a existência da linguagem figurada, a metáfora, uso de uma palavra por outra, subjazendo à segunda a significação da primeira. Há que se levar em conta a denotação (significado mais restrito) e a conotação (halo de emoção envolvendo o semantema – casa / lar)."


........ Muitas palavras existentes numa língua não encontram um termo fiel que lhe corresponda em outra língua. Alguns exemplos podem ser dados, como:

a) os Malasianos não possuem, em seu léxico, uma palavra que corresponda a palavra surpresa que, em inglês ou português, pode ser boa, ruim ou neutra. Para os Malasianos, no entanto, a palavra que mais se aproxima do termo traz, consigo, uma implicação negativa, ruim;

b) a palavra Feliz não encontra um correspondente semelhante na língua alemã e russa.

.... Para contornar esta situação que torna difícil o estudo das emoções e expressões humanas em outras culturas e línguas, foi criado o NSM (Natural Semantics Metalanguage), que em português é traduzido como Metalinguagem Semântica Natural, que se baseia em conceitos humanos universais. O NSM é uma minilinguagem, que corresponde a uma intersecção de todas as línguas. Tal intersecção foi descoberta empiricamente através de estudos e comparações entre diversas línguas ao longo de muitos anos. Descrever linguagem e cultura através do NSM significa descrevê-los em conceitos humanos simples e universais, que podem ser encontrados como palavras (ou elementos parecidos com palavras) em todas as línguas. O NSM permite explorar as emoções humanas de um ponto de vista universal, independente das variações culturais e linguísticas. Segundo Goddard (2002, p. 315), as pesquisas do NSM avançam em direção a outras áreas como: estudo da pedagogia na aquisição de primeiras e segundas línguas.

Abaixo seguem algumas intersecções do NSM, ou melhor, as palavras-chave existentes em todas as línguas:
(Observação: ao eu traduzir as palavras, que são inglesas, já estou interpretando e recortando para dentro de meu próprio mundo, meu jeito particular de ver o mundo, um jeito que a cultura me ensinou)

Substantivos: Eu, você, alguém, algo, pessoas, corpo.
Quantificadores: Um, dois, muitos, alguns, todos.
Descritores: Grande, pequeno.
Avaliadores: Bom, mau.
etc

Os termos que correspondem à emoção são sempre uma especificidade linguística e cultural e, portanto, carregam um cunho particular. Em contrapartida, os cenários cognitivos formulados por conceitos humanos simples e universais podem se achar livres dessas particularidades e, assim, aproximarem-se mais da realidade das experiências emocionais. O uso do NSM permite omparar conceitos emocionais entre as diversas culturas e linguagens e, assim, elucidar as diferenças culturais e similaridades transculturais.

continua..

22 de jul. de 2010

falha do socialismo?

Alguma outra hora explicitarei minha opinião acerca disso. Achei interessante. Não concordo plenamente nem discordo plenamente. Tudo tem seu fundo de verdade. Ele apenas puxou a sardinha pro lado dele, deixando itens de lado na confecção da "teoria" dele.


Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo. '
O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe.. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinham sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa.

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."


"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

20 de jul. de 2010

Coincidências existem?

Olá a todos. Começarei meu blog por tópicos que me interessam e que, "coincidentemente", farão todo sentido com o tema do meu blog ao longo da leitura ou no final da leitura de cada postagem. Certos trechos são de outro site, enquanto outros são pensamentos meus. Normalmente irei colocar como eu penso, eu acho ou análogos a esta expressão quando for alguma impressão ou percepção minha acerca de algo. Dúvidas e sugestões sobre o que abordar são bem vindos

Coincidências existem? Ou seriam um agrupamento de fatos que tendem por culminar no que chamamos de coincidência por falta de percepção causal?

A coincidência ocorre quando algo estranho, acidental e inesperado acontece. A palavra é derivada do latim co-("in", "com", "juntos") e incidere ("cair sobre"). Na ciência, o termo é geralmente usado em uma tradução mais literal, por exemplo, referindo-se quando dois raios de luz atingem uma superfície no mesmo ponto e ao mesmo tempo. Neste uso da coincidência, não há nenhuma implicação de que o alinhamento dos eventos é surpreendente, digno de nota ou não-causal.

A coincidência não prova uma relação, mas os eventos relacionados podem vir a ter um maior índice de coincidência. Probabilidade é a ferramenta básica (ou método) para avaliar racionalmente coincidências. No campo da matemática, o índice de coincidência podem ser usados para analisar se os dois acontecimentos estão relacionados. Do ponto de vista estatístico, as coincidências são inevitáveis e muitas vezes menos notável do que pode parecer intuitivamente. Um exemplo é o problema de aniversário, onde a probabilidade de dois indivíduos que compartilham um aniversário já ultrapassa 50%, com um grupo de apenas 23.



Medir a probabilidade de qualquer série de coincidências é o método mais comum de avaliação e determinação de mera coincidência ou causalidade conectado.

Quem desconhece a matemática profundamente parece ter mais consciência do paradoxo básico da teoria da probabilidade, sobre os quais os filósofos têm ficado intrigado desde que Pascal iniciou o ramo da ciência, em 1654. O paradoxo consiste no fato de que a teoria da probabilidade é capaz de prever com precisão incomum o resultado global de processos compostos por um grande número de acontecimentos individuais que, sozinhos, são imprevisíveis. Em outras palavras, observamos um grande número de incertezas produzir uma certeza, um grande número de eventos criando um resultado total.

Estabelecer causa e efeito (causalidade) é difícil, posto que a "Correlação não implica causalidade". Na Estatística, é geralmente aceito que os estudos observacionais podem sugerir algo, mas nunca estabelecer causa e efeito. Com o paradoxo da probabilidade considerado, parece que quanto mais coincidências, a certeza aumenta e mais parece que existe algum motivo por detrás desta coincidência de eventos.

O biólogo austríaco Paul Kammerer, que cometeu suicídio em 1926, aos 45anos, criou a teoria da Serialidade.
Kammerer postulou que todos os eventos são conectados por ondas de serialidade. Estas forças desconhecidas causariam o que nós percebemos como apenas os picos, ou agrupamentos e coincidências. Kammerer era conhecido, por exemplo, por fazer anotações em parques públicos sobre o número de pessoas que estavam passando e quantas delas carregavam guarda-chuvas etc. Albert Einstein chamou a idéia da serialidade de "Interessante e de modo algum absurdo", enquanto Carl Jung se baseou na Serialidade para cunhar a teoria da Sincronicidade.

A ciência é a prática de construir explicações teóricas de como os acontecimentos (fenômenos) acontecem várias vezes coincidentemente. Coincidências notáveis, por vezes, podem levar a teorias que envolvem forças sobrenaturais ou psíquicas. Ou a explicação de que uma pessoa ou pessoas agiram intencionalmente e a coincidência é a evidência dessas ações.

Alguns pesquisadores (por exemplo, Charles Fort e Carl Jung) compilaram milhares de coincidências e outros fenômenos supostamente anômalos (sincronicidade). A percepção de coincidências leva muitas vezes ao oculto ou a alegações paranormais. Também pode levar à crença do fatalismo, de que os eventos vão acontecer da maneira exata à um plano pré-determinado. Isso dá uma certa aura de inevitabilidade dos acontecimentos.

No livro The Psychology of a Psychic, David Marks descreve quatro significados distintos para o termo "coincidência". Marks sugere que as coincidências ocorrem devido a "encontros/ligações/elos estranhos", quando dois eventos A e B são percebidos contendo alguma semelhança, de algum tipo. Por exemplo, o sonho de um acidente de avião (evento A) será acompanhado da notícia acerca de um acidente de avião na manhã seguinte (caso B).

Deepak Chopra e outros defensores da antiga crença espiritual Védica (e outros) insistem na ideia de que coincidências NÃO existem. Tudo o que ocorre pode estar relacionado a uma causa anterior ou a uma associação, não importa quão grande ou quão trivial seja. Tudo é afetado por algo que está relacionado, que é visível ou invisível, conhecido ou desconhecido.

Tem um episódio da série FRINGE que fala sobre coincidêcias. Aliás, a série inteira parece ser uma "grande coincidência", não?

Mas falar em coincidência me traz à mente o termo apofenia que, aposto, pouquíssimas pessoas conhecem. O termo foi proposto por Klaus Conrad no final da década de 50 (do século 20) e se refere a experiência de ver padrões ou conexões significativas em dados aleatórios ou sem sentido. Conrad definiu como "ver conexões onde não há um porquê", acompanhado de uma "experiência específica de um significado anormal".

É mais comum as pessoas se sentirem atraídas por casos onde há complexidade na forma de se encontrar o vínculo apofênico, as conexões, e, para isso, muitas vezes usam operações matemáticas de alto grau. Pode-se usar o quadrado dos números, raízes da soma, produtórios, sequencia de Fibonacci, etc. Basta lembrar do filme NÚMERO 23, com o Jim Carrey.

Hum, então, a verdade é apenas um postulado de fenômenos que fazem sentido. Este último é dado aleatoriamente? Não, mas como bem convém.